Por Luciana Lara
De 7 ás 9 do dia 04 , antes de ontem , no espaço Amygo fiquei, então, em uma espécie de mergulho escutando as músicas que usamos pras improvisações ( aliás quase todas praticamente escolhidas pelo Rafa que vem me presentiando com cds desde o início do processo) e também lendo os meus registros de ensaio e reflexões. Cheguei a dançar algumas vezes, pensando sempre na estrutura do espetáculo. Foi aí que sentindo a novidade de habitar um espaço novo , pensei em como seria pros bailarinos chegarem ali, quais seriam as impressões e como o corpo deles iriam reagir naquele ambiente. Lembrei de toda a conversa no início do processo onde ainda com Robson e Juliana discutimos muito a relação vida e arte/ arte vida, suas fronteiras , onde começa um e termina o outro, quem se alimenta de quem. Resolvi então recebê-los de uma maneira diferente, considerando que eu já estava em estado de dança e que toda a pesquisa estava ali na atmosfera, tudo flutuando no espaço e que essa divisão vida e arte não faz nenhum sentido nesta pesquisa ás vezes. É tudo uma coisa só! Então imaginei os bailarinos saindo das casa deles e vindo pro ensaio já como parte do espetáculo, eles chegam neste espaço e se encontram pra dançar! Foi aí que tive a ideia de escrever os comandos em folhas de papel e colocar no chão na entrada da sala. Aí vão os comandos:
Sejam muito bem-vindos
Entrem
Dispa-se de tudo que você não precisa
De idéias pré-concebidas
De expectativas
Distribua o que você trouxe do mundo em volta da sala
Sinta com todos os sentidos
Aproprie-se
Contenha tudo
Espere
Esteja
Seja
Sempre aqui e agora
Vida arte
Arte vida
Você é tudo, está em todos os lugares em todos os tempos
Comece
Desenvolva e
Termine
Não falei uma palavra, só trocamos olhares . Primeiro Leandro e Karlinha chegaram , na sequência Gili e depois Rafa. Marcela infelizmente não estava.
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