18/12/2012
ASQ rumo a 2013!
A Anti Status Quo Companhia de Dança:
Da esquerda pra direita em cima: Danilo Fleury, Samuel Araújo , Leandro Menezes, Vinícius Santana e Rafael Villa.
Da esquerda pra direita em baixo: Caio Lins, Luara Learth, Luciana Lara e Valéria Rocha.
26/11/2012
23/11/2012
Resultado da audição para A.S.Q
Temos o prazer de anunciar o resultado da audição:
Bailarinos: Rafael Villa
Vinícius Santana
Valéria Rocha
Luara Learth
Estagiários: Danilo Fleury
Aline Araújo
Caio Lins
Gostaria de agradecer a todos que ajudaram na realização desse longo processo, em especial a Yara De Cunto, Leandro Menezes, Samuel Araújo e Robson Castro.
Continuação dos textos/relatos sobre o processo de audição: Texto de Rafael Villa
Há tempos não escrevia. Há tempos não dançava.
Aquela estranheza de ficar sem escrever e quando voltar a
fazê-lo perceber que minha letra virou um garrancho.
Aquela estranheza de ficar sem dançar e quando voltar a
fazê-lo perceber que meu movimento virou um garrancho.
Preciso apontar esse lápis, limpar o caderno, esticar meu
corpo e me acostumar com a dor. Assim como minha mão já dói agora.
Como posso estar tão dentro, tão próximo do Cidade em Plano
e tão distante destas pessoas? Me sentindo, não excluído, mas um estranho. Isso
reflete no meu “fazer dança”, no meu “eu criador”.
Tem um papo hippie artístico que não me agrada, a arte fica
parecendo exclusiva de gente diferente, que só vive disso, muito especial.
Brasília tem me causado um ranço. Cada vez mais sinto menos
vontade de estar aqui. As relações pessoais são muito esquisitas e cansei
disso. Mas tem coisas que me prendem. Me questiono por que ficar. É necessário
me encaixar? Cadê minhas amigas? Karlota? Marcela? Leandro parece uma ponte ao
passado, uma ponte reformada. Por que o reconheço mas ele está mais distante.
Mudaram a ponte de lugar ou eu que andei demais?
O que tem dentro de mim é estranho demais. Esquizofrenia
pura. Ora por querer colocar meu corpo em risco (sempre gostei) ora por querer
para com tudo, não pela dança mas pra não me irritar com o que não concordo.
Passei o dia mal humorado. Minhas irmãs sofreram, meu
cachorro sofreu, meus clientes sofreram. Mas eu também sofri. Sofri por que meu
mal humor me deixa imobilizado. Quase não consegui fazer nada o dia todo.
Agora à noite fiquei em silêncio. Minha cunhada fez uma
piada. Soltei um sorriso de canto de boca só pra dizer que tinha entendido. Fui
pro quarto, estava exausto. Meu cachorro não queria dormir. Tive vontade de
sacudir o bichinho e lembrei da minha
prima que diz ter vontade de fazer o mesmo com a filha de um ano, minha culpa
diminuiu quase que por completo. Apaguei as luzes e ela se acalmou. Ela dormiu
mas eu não.
Acendo a luz, começo a escrever. Pronto! Era isso!
Escrever pra poder dormir. Dançar pra poder acordar.
Rafael Villa
20/11/2012
Texto de Aline Araújo
Audição –ASQ
– nov 2012
Estudar a arte acompanhado de um processo histórico e crítico
acrescentou uma carga de emoções muito grande durante o período da audição com
a Companhia ASQ.
O envolvimento
com a dança em seu movimento pesquisado, proporcionou um novo olhar para a
estética do corpo.
O
relaxamento apresentado junto com a respiração libera um novo espaço para a extensão
ou mesmo soltura do movimento. Algo inovador na minha experiência.
Um grande
aprendizado de debater conceitos de arte e estética na dança que alimenta a
necessidade de buscar novas ideias, autores inovadores e ricas discussões.
Uma união de
improvisos que trouxe uma identidade excêntrica e “provocacional” na construção
coreográfica, aborda um sentido para direção que leva ao encadeamento de
ideias.
A fuga pelo
literal, bem difícil exigia uma concentração muito grande, mas só foi obtido
com ajuda da desconstrução da imagem.
O mérito foi
superar o medo de torcer a cervical ou distender um músculo. Mas consegui realizar
a “tal da vela”. E em todo lugar que vou tento a posição.
Por último a
descoberta: sensações que despertam e trazem a memória do movimento. Lembrar o
que impulsionou e dele motivou a ação daquele corpo que movimentava.
Aline Araújo
Texto de Maiara Queiroz
Anti Status Quo. Assim é como eu me chamo. Atualmente
deveria me chamar Status Quo, o "estado do momento atual". E assim é como eu estou agora, assim
é como eu me sinto.
Cada dia se transforma numa caixa de surpresas. Aquela ilusão de ter o controle do meu
futuro está cada vez mais perto de virar cinzas.Começo desde bem cedo escutando meu corpo, tentando descrever quê tipo de cuidados ele vai querer hoje. Meus músculos, as minhas articulações, meu mal humor que vai variando de estados a cada minuto; o meu entusiasmo, que por momentos sofre um ataque de pânico quando percebe que pode mudar novamente até virar um novo mal humor, e daí volta para o entusiasmo, e daí o não saber, e a confusão, e o medo, e a tristeza, e a felicidade que tem fim porque volta para o desespero de tantos e tantos estados intensamente dimensionados, todos se mexendo no meu interior. E ali eu, tentando dirigir os meus movimentos e darem sentido à minha expressividade.
Tal vez deveria ter estudado atuação.
Pelo menos saberia como disfarçar tanta
emoção
toda junta. Mas sou como uma esponja, uma filtragem de águas turvas e cristalinas na
deriva das ondas, sem o menor controle da próxima maré.
toda junta. Mas sou como uma esponja, uma filtragem de águas turvas e cristalinas na
deriva das ondas, sem o menor controle da próxima maré.
Esse não controle, esse não saber, me traz uma engraçada
sensação de me sentir no
momento justo para à improvisação. Qualquer coisa pode acontecer, qualquer coisa pode sair de mim, estou pronta para responder a qualquer estímulo. Não tenho medo, estou entusiasmada, começo gostar das surpresas, podem rir de mim porque começo gostar de fazer rir. Cada velho preconceito que aparece na minha cabeça começa escorrer como molho de manteiga. Então crio de novo, e me faz rir, e estou livre para fazer o que eu quiser, e a minha imaginação começa voar, e até acho que sou realmente criativa, e já não sei mais o que eu vou fazer agora nem em qual dos estados vou acordar na manhã seguinte.
momento justo para à improvisação. Qualquer coisa pode acontecer, qualquer coisa pode sair de mim, estou pronta para responder a qualquer estímulo. Não tenho medo, estou entusiasmada, começo gostar das surpresas, podem rir de mim porque começo gostar de fazer rir. Cada velho preconceito que aparece na minha cabeça começa escorrer como molho de manteiga. Então crio de novo, e me faz rir, e estou livre para fazer o que eu quiser, e a minha imaginação começa voar, e até acho que sou realmente criativa, e já não sei mais o que eu vou fazer agora nem em qual dos estados vou acordar na manhã seguinte.
Acordo e está chovendo, o céu está fechado e a minha cara também. Hoje não quero falar, não quero
sentir, não quero pensar, não quero dizer, mas meu corpo diz todas as coisas. Começo
ficar dura, sozinha, longe, não estou mais aqui nem quero estar com ninguém Me
deixem em paz. Não quero sair daqui. Estou chateada. Agora vamos sentir, se conectar com os estados ... Os estados???!!! Ainda não estou pronta!! Qualquer coisa pode brotar de mim hoje e estou assustada. Resisto. Estou chateada. Me dói. Pronto, já era, não tenho forças, vou chorar. Que idiota. Que fracasso. Que vergonha ... Choro, respiro,
choro, me assusto, estou triste, me critico, choro ...
isto não era mais que outra maré de águas turvas ... Vou continuar mexendo, vou me entregar, não sei qual será o resultado mas já não me importo
com isso. Agora estou nua, realmente nua.
Não sei porquê estou aqui mas vou me mexer até encontrar uma resposta.
Não quero pensar, não quero
calcular, não quero planejar, quero estar agora, presente, aberta, transparente. Não sei qual é o meu desejo neste
espaço desconhecido, só posso intuir que existe alguma força que me atrai. Agora me encontro entre vários
corpos nus ao meu redor refletindo cada uma das emoções que eu estou sentindo. Eles fazem parte de mim e eu faço parte deles. Aqui estou
agora, aqui eu me encontro, assim sou eu aqui. Eu ja disse tudo,
é só olhar para o meu
corpo.
Maiara Queiroz
Texto de Danilo Fleury
ASQ - Estágio probatório
Expectativa, emoção, força, dor, prazer, sentimentos, corpo, mente, horários, corpo, dedicação, rendimento, disposição, interesse, felicidade, medo, trabalho, compromisso, interesse, movimento, dança, presença, presente.
São palavras, são sentimentos que vêm. Mistura. Mês de realização, amor e medo,prazer e dor. A dança me preenche, a dança todo dia, o compromisso me assusta. Faz parte. O corpo tem que se acostumar , está se acostumando. A mente tem que acostumar, já acostumou. A rotina é pesada e as manhãs são motivações. Gastos e recebimento de energias,traços de energias.
Eu gosto do trabalho, do processo. Dança,corpo, cidade, arquitetura, estado, performance. Tem tudo a ver. Buscar isso dessa forma e de outras formas também. Me sinto bem, me sinto fazendo, produzindo, dançando.
Gratidão,
Danilo Fleury
.
Texto de Kenya Sampaio
Experiência Anti Status Quo
Retorno a origem, busca sensória, camadas de significados, corporealização (emocional/físico).
Experienciar um mês ser e estar; isso só o movimento dá. Interno-externo,celular,respiratório,endócrino. A vida se materializa pelo movimento,comunicação,trânsito de informações. Prazer-sofrimento -ESTADO: agromerados de sensações dinâmicas transpercorridas.
Kenya Sampaio
18/11/2012
Textos sobre a experiência no estágio
O primeiro texto que publicamos é de Caio Lins:
Contos do Corpo
Alcançar os céus com as mãos. Carregar o mundo, respirar, e se deixar levar...
Cada respiro, cada movimento, um olhar. O corpo conta algo a todo momento. O pequeno gesto é uma palavra num mar de vocabulário. A consciência, sagaz, nos revela pouco e, ao pé de uma ação, muito vai além antes de percebermos.
Perceber, sentir e conhecer o corpos e suas camadas, expandindo sempre os limites, é apenas a base para desvendar a dramaturgia do movimento. Após um mês de estágio na Companhia AntisStatusQuo, Luciana Lara nos apresentou uma metodologia que combina a mecânica dos movimentos com seus pares de sensações.
Estudar o corpo, ler o movimento, entender a sensação, para então ser capaz de criar nossas próprias palavras corporais. Claro que o movimento, a dança, vão além. Buscamos estados, criamos paisagens, acrescentamos camadas... Deixando ao olhar do espectador um campo fértil para interpretação.
A coreografia do corpo acompanha a do pensamento. O cenário físico é inundado pelas sensações e o corpo se deixa transbordar para dançar um conto, uma poesia. Cabe a quem vê definir as palavras, sem precisar se fechar em obviedades. Até por que se uma imagem vale mais que mil palavras, um movimento então...
Caio Lins
Contos do Corpo
Alcançar os céus com as mãos. Carregar o mundo, respirar, e se deixar levar...
Cada respiro, cada movimento, um olhar. O corpo conta algo a todo momento. O pequeno gesto é uma palavra num mar de vocabulário. A consciência, sagaz, nos revela pouco e, ao pé de uma ação, muito vai além antes de percebermos.
Perceber, sentir e conhecer o corpos e suas camadas, expandindo sempre os limites, é apenas a base para desvendar a dramaturgia do movimento. Após um mês de estágio na Companhia AntisStatusQuo, Luciana Lara nos apresentou uma metodologia que combina a mecânica dos movimentos com seus pares de sensações.
Estudar o corpo, ler o movimento, entender a sensação, para então ser capaz de criar nossas próprias palavras corporais. Claro que o movimento, a dança, vão além. Buscamos estados, criamos paisagens, acrescentamos camadas... Deixando ao olhar do espectador um campo fértil para interpretação.
A coreografia do corpo acompanha a do pensamento. O cenário físico é inundado pelas sensações e o corpo se deixa transbordar para dançar um conto, uma poesia. Cabe a quem vê definir as palavras, sem precisar se fechar em obviedades. Até por que se uma imagem vale mais que mil palavras, um movimento então...
Caio Lins
O processo de audição está terminando
Chega ao término a Audição para Anti Status Quo Cia de Dança
Todo o processo teve 4 etapas, iníciou dia 20 de setembro e terminou dia 16 de novembro, sexta passada. Iniciamos a audição com a 1ª etapa de análise de currículo e carta de intenção, depois realizamos a 2ªetapa com uma aula-audição ( de 3h de duração) e a 3ª etapa foi um workshop-audição de 3 dias de 3 horas cada dia. A última fase da audição (4ªetapa) foi o estágio que começou dia 15 de outubro e tomou um mês com as atividades.
O intuito dessa última etapa era colocar os artistas selecionados em contato com a linguagem e o trabalho de dança contemporânea que a Anti Status Quo vem desenvolvendo ao longo de seus 24 anos. Foi realizado então o o que chamamos de estágio, uma vivência de duração de um mês com 4 horas diárias de trabalho, cinco vezes na semana com 11 artistas selecionados. O conteúdo do estágio abordou técnica "release based tecnique", consciência corporal, alongamento e flexibilidade, trabalhos de improvisação, intervenção urbana, foto performance, criação, reflexão crítica/teórica sobre dança, corpo e o tema corpo-cidade com estudos para o novo espetáculo da Companhia chamado "De Carne e Concreto" e aprendizado de trechos do repertório da Companhia (espetáculo Cidade em Plano).
Gostaria de aqui em público agradecer o interesse e a presença de todos aqueles que se candidataram e fizeram a audição em todas as etapas. E em especial queria agradecer o grupo que fez essa última etapa pela dedicação e confiança durante todo o processo. O último mês foi intenso e muito prazeroso. O nosso muito obrigado aos artistas que fizeram desse workshop uma experiência que vamos sempre guardar na memória! Com a permissão deles publicaremos aqui seus depoimentos sobre a experiência esperando que com isso possamos compartilhar ainda mais entre nós nossas reflexões e aprendizados e também com nosso público!!! Ainda essa semana estaremos anunciando aqui o resultado.
Todo o processo teve 4 etapas, iníciou dia 20 de setembro e terminou dia 16 de novembro, sexta passada. Iniciamos a audição com a 1ª etapa de análise de currículo e carta de intenção, depois realizamos a 2ªetapa com uma aula-audição ( de 3h de duração) e a 3ª etapa foi um workshop-audição de 3 dias de 3 horas cada dia. A última fase da audição (4ªetapa) foi o estágio que começou dia 15 de outubro e tomou um mês com as atividades.
O intuito dessa última etapa era colocar os artistas selecionados em contato com a linguagem e o trabalho de dança contemporânea que a Anti Status Quo vem desenvolvendo ao longo de seus 24 anos. Foi realizado então o o que chamamos de estágio, uma vivência de duração de um mês com 4 horas diárias de trabalho, cinco vezes na semana com 11 artistas selecionados. O conteúdo do estágio abordou técnica "release based tecnique", consciência corporal, alongamento e flexibilidade, trabalhos de improvisação, intervenção urbana, foto performance, criação, reflexão crítica/teórica sobre dança, corpo e o tema corpo-cidade com estudos para o novo espetáculo da Companhia chamado "De Carne e Concreto" e aprendizado de trechos do repertório da Companhia (espetáculo Cidade em Plano).
Gostaria de aqui em público agradecer o interesse e a presença de todos aqueles que se candidataram e fizeram a audição em todas as etapas. E em especial queria agradecer o grupo que fez essa última etapa pela dedicação e confiança durante todo o processo. O último mês foi intenso e muito prazeroso. O nosso muito obrigado aos artistas que fizeram desse workshop uma experiência que vamos sempre guardar na memória! Com a permissão deles publicaremos aqui seus depoimentos sobre a experiência esperando que com isso possamos compartilhar ainda mais entre nós nossas reflexões e aprendizados e também com nosso público!!! Ainda essa semana estaremos anunciando aqui o resultado.
23/10/2012
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