30/04/2009
28/04/2009
Trecho de texto que dança
Estreando aqui no blog...
este texto é mais um da série abaixo descrita pelo Lê e depois pela Lu,
coragem, marcelovisk
texto de Marcela Brasil
escrito em 20/03/09:
"W-> /~homensemulheres~ ///vai vai e vemvemvemvemimimim
um vento com rodopios e vai e volta com amorouumaescolha ~~~~~
SERÁ ???
EU SEI QUE SIM EU SEI
~~~~~~~~~~~~~~~~~~
do sensual sensório e olha o olhar que vem do saber e do não saber o
que quer e o que estar
só ser e é só fazer simples, um ver eu fazer.
CORRRREEEEERRRRRRRrrrrrrrrr
------------------------------------>
Caiiiiirrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr
grgrgrgrgrgrgrgrg (rabisco)
NAO
as vezes eu não quero você! e só!"
este texto é mais um da série abaixo descrita pelo Lê e depois pela Lu,
coragem, marcelovisk
texto de Marcela Brasil
escrito em 20/03/09:
"W-> /~homensemulheres~ ///vai vai e vemvemvemvemimimim
um vento com rodopios e vai e volta com amorouumaescolha ~~~~~
SERÁ ???
EU SEI QUE SIM EU SEI
~~~~~~~~~~~~~~~~~~
do sensual sensório e olha o olhar que vem do saber e do não saber o
que quer e o que estar
só ser e é só fazer simples, um ver eu fazer.
CORRRREEEEERRRRRRRrrrrrrrrr
------------------------------------>
Caiiiiirrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr
grgrgrgrgrgrgrgrg (rabisco)
NAO
as vezes eu não quero você! e só!"
27/04/2009
o Agora
Por Karla Freire
Imagino que a essa hora, 21h e pouco aqui no meu relógio, o povo já deve estar encerrando o aquecimento e quase prontos para começar os improvisos.
Enquanto isso... eu em casa na canjinha e na bananinha, quase pronta para dar fim a uma infecção intestinal. (posso falar, né?!)
Enfim, um ótimo dia para estrear minha participação neste blog com um texto antigo descoberto, e decifrado, a pouco tempo.
Data de 22/8/2007
"São quebrados porque eles mesmos, pela forma com que se expressam, não conseguem conectar uma palavra a outra.
A fala é quebrada, truncada, os conectivos me faltam à boca e aos movimentos. Sou incapaz de expressar frases completas. Tudo muda e pensa o tempo todo. (...)
Quero tirar o que eu sinto. Cada movimento brusco é uma frase que tento alinhar, sem sucesso.
O coração dispara. Sou eu quem o controlo, ou ele quem manda na minha velocidade?
Seria um tentativa de unir os dois num movimento só?
Tento esquecer que ele está aqui, mas é impossível. Ele dispara como se quisesse sair e nem o cansaço, o suor e o calor impedem minha velocidade/loucura.
Elas são o alimento."
Devo dizer que minhas mãos coçaram para fazer alterações ao reescrever esse texto aí.
Vontade de preencher os 'espaços vazios', encher o sentido que possa faltar.
Mas deixe como estar, é como o rascunho de uma carta escrita à mão no fervor do agora.
Se for reescrita perde a graça.
Imagino que a essa hora, 21h e pouco aqui no meu relógio, o povo já deve estar encerrando o aquecimento e quase prontos para começar os improvisos.
Enquanto isso... eu em casa na canjinha e na bananinha, quase pronta para dar fim a uma infecção intestinal. (posso falar, né?!)
Enfim, um ótimo dia para estrear minha participação neste blog com um texto antigo descoberto, e decifrado, a pouco tempo.
Data de 22/8/2007
"São quebrados porque eles mesmos, pela forma com que se expressam, não conseguem conectar uma palavra a outra.
A fala é quebrada, truncada, os conectivos me faltam à boca e aos movimentos. Sou incapaz de expressar frases completas. Tudo muda e pensa o tempo todo. (...)
Quero tirar o que eu sinto. Cada movimento brusco é uma frase que tento alinhar, sem sucesso.
O coração dispara. Sou eu quem o controlo, ou ele quem manda na minha velocidade?
Seria um tentativa de unir os dois num movimento só?
Tento esquecer que ele está aqui, mas é impossível. Ele dispara como se quisesse sair e nem o cansaço, o suor e o calor impedem minha velocidade/loucura.
Elas são o alimento."
Devo dizer que minhas mãos coçaram para fazer alterações ao reescrever esse texto aí.
Vontade de preencher os 'espaços vazios', encher o sentido que possa faltar.
Mas deixe como estar, é como o rascunho de uma carta escrita à mão no fervor do agora.
Se for reescrita perde a graça.
25/04/2009
Seguindo o Leandro, eu, Luciana publico o texto que escrevi no mesmo dia 20/03/2009 .
Vai volta
Não adianta ir
Tem algo no aprendizado que nunca é novo Almas e believes, navegar é preciso
Meu corpo viaja, e sou eu
Costelas doem em lugares
Sou um gafanhoto
Tem força nos orgãos. Mascando, mordendo
A fluidez que leva, desgoverna organizando os fluidos
Sou sensualidade matéria que transforma
Mudo o mundo quando danço
Nuvens de argila, quente e macio
Tenro quase
Me leva pra onde nunca vou
Desaprendo caminhos
Como flores
Vomito vermes
Sei tudo, sou tudo e tudo bem
Não preciso de mais nada
Pra onde vai o pensamento quando danço?
Na veia de cada músculo do movimento
que ás vezes encontra o limite do corpo
Dor aliviada pela soltura
e a não obrigatoriedade de ir pra onde o desenho já foi traçado
Vento quente e úmido carinhoso
Conforto do ser
A vida é deliciosa! Olha o que posso fazer!
Poder me mover como quero
borboletalesmaminhocatigrelontraavestruz
Cavalo selvagem que só vive na liberdade
dos cabelos ao vento
Formiga uma vontade
Gavião uma certeza
Elefante uma saudade
Leão uma dúvida medo
Girafa uma frustração
Costelas de adão
Amor e perdão
Vida simples e repleta de cotidianidades
Pequenas simples sensações
Da certeza de estar aqui presente agora.
Sobre o comando do improviso, me lembro mais do que o suscitou: Curiosidade por saber o que pensamos quando dançamos, dançar ou entrar num estado de dança com as palavras, improvisar como dançamos, escrevendo. Acessar o que tínhamos acabado de dançar através da escrita.
Interesse também pela reflexão que gera a dança, dança que gera reflexão. A diferente experiência de tirar da dança o tema, o conteúdo implícito nela e dançar a partir de uma proposta, já de um tema estudado, discutido.
Quando cada um leu seu texto fiquei me lembrando do que tinha acabado de ver , via através da minha memória o que cada um tinha acabado de dançar, fazendo minhas conexões com o texto. Daí experimentamos um dançando e o outro lendo o texto de quem tava dançando.
Lendo o texto agora, com distanciamento, percebo como ele me fala sobre o que dançar improvisando significa pra mim.
Vai volta
Não adianta ir
Tem algo no aprendizado que nunca é novo Almas e believes, navegar é preciso
Meu corpo viaja, e sou eu
Costelas doem em lugares
Sou um gafanhoto
Tem força nos orgãos. Mascando, mordendo
A fluidez que leva, desgoverna organizando os fluidos
Sou sensualidade matéria que transforma
Mudo o mundo quando danço
Nuvens de argila, quente e macio
Tenro quase
Me leva pra onde nunca vou
Desaprendo caminhos
Como flores
Vomito vermes
Sei tudo, sou tudo e tudo bem
Não preciso de mais nada
Pra onde vai o pensamento quando danço?
Na veia de cada músculo do movimento
que ás vezes encontra o limite do corpo
Dor aliviada pela soltura
e a não obrigatoriedade de ir pra onde o desenho já foi traçado
Vento quente e úmido carinhoso
Conforto do ser
A vida é deliciosa! Olha o que posso fazer!
Poder me mover como quero
borboletalesmaminhocatigrelontraavestruz
Cavalo selvagem que só vive na liberdade
dos cabelos ao vento
Formiga uma vontade
Gavião uma certeza
Elefante uma saudade
Leão uma dúvida medo
Girafa uma frustração
Costelas de adão
Amor e perdão
Vida simples e repleta de cotidianidades
Pequenas simples sensações
Da certeza de estar aqui presente agora.
Sobre o comando do improviso, me lembro mais do que o suscitou: Curiosidade por saber o que pensamos quando dançamos, dançar ou entrar num estado de dança com as palavras, improvisar como dançamos, escrevendo. Acessar o que tínhamos acabado de dançar através da escrita.
Interesse também pela reflexão que gera a dança, dança que gera reflexão. A diferente experiência de tirar da dança o tema, o conteúdo implícito nela e dançar a partir de uma proposta, já de um tema estudado, discutido.
Quando cada um leu seu texto fiquei me lembrando do que tinha acabado de ver , via através da minha memória o que cada um tinha acabado de dançar, fazendo minhas conexões com o texto. Daí experimentamos um dançando e o outro lendo o texto de quem tava dançando.
Lendo o texto agora, com distanciamento, percebo como ele me fala sobre o que dançar improvisando significa pra mim.
24/04/2009
Mil Caminhos sem rumo...
DIA 20/03/2009 - SEXTA-FEIRA
de Leandro Menezes
MIL CAMINHOS SEM RUMO...
"Eu vou, eu sou, eu estou...O empurrar, o deleitar, aahhhhhhhh, ser estar, se eu for, o vem vai, empurra, exprime, me solta, me solda, me, meus, eus, eu, e e e e e siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiIIII, fui não querendo ir, ir querendo ficar, me vou, me sou, me estou, me dou, ou, ou, ou, ou ooooooooooo, uuhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh se me pega, me nego, me largo, joelhos fortes, grandes, roxos, dores, flores, cores...Eu sou, eu estou, eu voo..Calma, respira, espera, esse tuntun, tuntun, esse coração descompassado, em nós, em vós, sós, embaçados por pernas cirradas de um peito cansado, suado, pesado, sem rumo, fim?fim? fim de mim, afim de mim, afim de EU, seu, meu, teu, feu, feio, som feio, sem freio, ferido, fudido, fúria ferida, orgulho, orgulhoso, sem rumo, aahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh, onde estou no meio disso?entre as frestas, escondido?entre gotas de suor partido, entre ondas de calor, de suor, do som, entre as ondas na minha mente, de alguém enclausurado, de uma unha partida, alguém pensando, dança mente burra, dança nesse corpo débil, dança nesse corpo caótico, dança nesse braço grande, essa lombar, lombada, lambada, lembrada....lembre, lembra, lamba, esse suor, cruzado, estrangulado, caos, caótico, caóptico, captido, capto, catio, caio, sou levado, conduzido, danificado. Um homem catalizado, cristalizadamente quebrado..."
* Escrevi esse texto após um exercício utilizando movimentos de flexionar e extender partes do corpo como se estivessem presas em elásticos, nos ossos, no músculo, extremidades, no meio do osso....Após a experimentação desse estímulo, deveríamos "dançar" com as palavras..Quase um automatismo psíquico escrito. Após o texto, refizemos a "dança" com outra pessoa lendo o texto simultaneamente, como se fosse uma trilha sonora textual.
de Leandro Menezes
MIL CAMINHOS SEM RUMO...
"Eu vou, eu sou, eu estou...O empurrar, o deleitar, aahhhhhhhh, ser estar, se eu for, o vem vai, empurra, exprime, me solta, me solda, me, meus, eus, eu, e e e e e siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiIIII, fui não querendo ir, ir querendo ficar, me vou, me sou, me estou, me dou, ou, ou, ou, ou ooooooooooo, uuhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh se me pega, me nego, me largo, joelhos fortes, grandes, roxos, dores, flores, cores...Eu sou, eu estou, eu voo..Calma, respira, espera, esse tuntun, tuntun, esse coração descompassado, em nós, em vós, sós, embaçados por pernas cirradas de um peito cansado, suado, pesado, sem rumo, fim?fim? fim de mim, afim de mim, afim de EU, seu, meu, teu, feu, feio, som feio, sem freio, ferido, fudido, fúria ferida, orgulho, orgulhoso, sem rumo, aahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh, onde estou no meio disso?entre as frestas, escondido?entre gotas de suor partido, entre ondas de calor, de suor, do som, entre as ondas na minha mente, de alguém enclausurado, de uma unha partida, alguém pensando, dança mente burra, dança nesse corpo débil, dança nesse corpo caótico, dança nesse braço grande, essa lombar, lombada, lambada, lembrada....lembre, lembra, lamba, esse suor, cruzado, estrangulado, caos, caótico, caóptico, captido, capto, catio, caio, sou levado, conduzido, danificado. Um homem catalizado, cristalizadamente quebrado..."
* Escrevi esse texto após um exercício utilizando movimentos de flexionar e extender partes do corpo como se estivessem presas em elásticos, nos ossos, no músculo, extremidades, no meio do osso....Após a experimentação desse estímulo, deveríamos "dançar" com as palavras..Quase um automatismo psíquico escrito. Após o texto, refizemos a "dança" com outra pessoa lendo o texto simultaneamente, como se fosse uma trilha sonora textual.
23/04/2009
Fazer a bola
O que pensamos enquanto dançamos? Pensamos com o corpo? Como falar de dança?Escrever sobre dança? Como registrar a nossa experiência?
Temos tentado dançar sem objetivar, que na linguagem que nós desenvolvemos durante a pesquisa a partir de alguns conceitos da fenomenologia significa ter a noção de que quando falamos sobre movimento ou sobre uma experiência vivida perdemos muitas dimensões sensíveis tentando colocar em palavras o que na verdade elas não dão conta. Objetivar seria tornar algo objeto. Como este algo somos nós mesmos, pois a dança acontece no nosso corpo, não podemos objetivar, somos sujeitos. Falamos de uma experiência com o corpo da perspectiva de dentro do próprio corpo. Dançar sem objetivar seria deixar que o que acontece durante a dança não passe por uma objetivação da consciência que limite ou encerre idéias ou tente definir resumindo ou estreitando o que está sendo a experiência dançante. Ás vezes, não escolhemos as palavras certas e as palavras definem e fazem um contorno muito limitador , dando uma idéia muito diferente do que realmente aconteceu.
Parece contraditório, pois estamos fazendo uma pesquisa e precisamos falar e escrever para discutir sobre ela de maneira mais objetiva possível para podermos nos comunicar. Mas, essa objetividade já vimos que não nos serve. Ela não possui verossimelhança com o ato de dançar.Pra isso desenvolvemos essa noção que é importantíssima e cara pra nós pois reflete nossos achados e nossa concepção sobre a natureza da experiência do estado de dança que buscamos e temos interesse. Ter em mente que precisamos sempre entender além da palavra, abrir mais o entendimento. Chamamos isso de fazer a bola. A bola é uma esfera, forma geométrica mais complexa que conhecemos. Fazer a bola é uma expressão criada por nós que significa ampliar a visão, perceber que tem muito mais do que conseguimos falar ou escrever naquele momento, relacionar com o mundo, com a natureza das diversas dimensões que uma experiência tem.
Pra isso desenvolvemos uma maneira peculiar de escrever sobre as improvisações nos aproximando do que podemos chamar de textos poéticos. A poesia pessoal deu espaço e vazão a nossa percepção do que parece ser a experiencia vivida da dança. Os textos assim tem muitas vezes uma linguagem poética.
Talvez pra este blog , teremos que escrever um glossário de palavras que utilizamos na pesquisa que tem muita importancia para o conteúdo e o entendimento do que queremos dizer. Palavras que adquiriram um sentido muito específico dentro da pesquisa. Vamos seguindo e encontrando formas de nos comunicar e registrar aqui o que fazemos nos ensaios da companhia...
Temos tentado dançar sem objetivar, que na linguagem que nós desenvolvemos durante a pesquisa a partir de alguns conceitos da fenomenologia significa ter a noção de que quando falamos sobre movimento ou sobre uma experiência vivida perdemos muitas dimensões sensíveis tentando colocar em palavras o que na verdade elas não dão conta. Objetivar seria tornar algo objeto. Como este algo somos nós mesmos, pois a dança acontece no nosso corpo, não podemos objetivar, somos sujeitos. Falamos de uma experiência com o corpo da perspectiva de dentro do próprio corpo. Dançar sem objetivar seria deixar que o que acontece durante a dança não passe por uma objetivação da consciência que limite ou encerre idéias ou tente definir resumindo ou estreitando o que está sendo a experiência dançante. Ás vezes, não escolhemos as palavras certas e as palavras definem e fazem um contorno muito limitador , dando uma idéia muito diferente do que realmente aconteceu.
Parece contraditório, pois estamos fazendo uma pesquisa e precisamos falar e escrever para discutir sobre ela de maneira mais objetiva possível para podermos nos comunicar. Mas, essa objetividade já vimos que não nos serve. Ela não possui verossimelhança com o ato de dançar.Pra isso desenvolvemos essa noção que é importantíssima e cara pra nós pois reflete nossos achados e nossa concepção sobre a natureza da experiência do estado de dança que buscamos e temos interesse. Ter em mente que precisamos sempre entender além da palavra, abrir mais o entendimento. Chamamos isso de fazer a bola. A bola é uma esfera, forma geométrica mais complexa que conhecemos. Fazer a bola é uma expressão criada por nós que significa ampliar a visão, perceber que tem muito mais do que conseguimos falar ou escrever naquele momento, relacionar com o mundo, com a natureza das diversas dimensões que uma experiência tem.
Pra isso desenvolvemos uma maneira peculiar de escrever sobre as improvisações nos aproximando do que podemos chamar de textos poéticos. A poesia pessoal deu espaço e vazão a nossa percepção do que parece ser a experiencia vivida da dança. Os textos assim tem muitas vezes uma linguagem poética.
Talvez pra este blog , teremos que escrever um glossário de palavras que utilizamos na pesquisa que tem muita importancia para o conteúdo e o entendimento do que queremos dizer. Palavras que adquiriram um sentido muito específico dentro da pesquisa. Vamos seguindo e encontrando formas de nos comunicar e registrar aqui o que fazemos nos ensaios da companhia...
Mensagens por e-mail
"Como ex bailarina da ASQ, senti-me parte desse momento. Pude relembrar, nas imagens aqui expostas, a magia do "Anti Status Quo Dança", a liberdade do "No Instante", as fotos do painel do "Nada Pessoal", o improviso de tintas da criação do Dalí (meu xodó) e as expressões do "Coisas de Cartum". Obrigada por permitir que o público esteja vivo também no momento da criação e não somente na estréia do espetáculo." Dani Couto
Essas fotos foram feitas nas ruas de São Paulo em dezembro de 2008. As figuras estavam em tapumes de uma construção na Avenida Paulista. Não pude deixar de pensar no trabalho. Aliás meu olho , meu corpo estabelece relações o tempo todo com a temática que estudamos, reconheço uma certa obcessão. Mania que faz parecer que o tema nos persegue.
21/04/2009
11/04/2009
A luz da Janela
Grande parte da pesquisa corporal está sendo realizada com as luzes da sala onde ensaiamos desligadas. Essa é a visão que temos da janela. Isso, de apagar as luzes, surgiu em um dos improvisos de forma aleatória e criou toda uma atmosfera para o trabalho. Hoje apagamos as luzes de propósito. A janela ao alto é atravessada pela luz de um poste da rua que ilumina uma área dentro da sala. A luz é cor de cobre e desenha no chão a forma da janela. Durante o improviso vemos a árvore e, às vezes, a lua. A cor da pele sob essa luz fica dourada, sua intensidade produz um efeito na percepção do movimento fazendo com que possamos ver a trajetória do movimento no espaço. As partes do corpo, principalmente as mãos e os braços, parecem se multiplicar em muitos, criando um rastro enquanto movemos.
Autoretratodinâmico
O ponto de partida da pesquisa coreográfica é a hipótese de que o movimento do corpo expressa de forma consciente e inconsciente a complexidade humana na relação com o ambiente em que vive. A materialização do movimento no espaço e no tempo, dessa forma, seria a combinação de expressões dos estados de espírito, da genética, da cultura, dos desejos, de impulsos da mentalidade, da personalidade, da memória, ou seja, da relação do homem com o mundo. Assim, a forma pela qual cada um de nós se move é a expressão do mundo que percebemos e vivemos. As idiossincrasias e as características particulares do movimento de cada um dos quatro intérpretes que estarão em cena, podem, assim, ser vistas como quatro formas de expressão, interpretação e construção de mundo.
Se o mundo está sempre se modificando, nós também estamos sempre mudando. Então, quem somos nós? O que se fixa e não muda? O que nos faz nos reconhecermos como indivíduo que possui uma identidade? Como é então a essência dessa identidade que é mutável mas ao mesmo tempo é reconhecível?
O título do espetáculo baseia-se no conceito de identidade como um processo que está sempre em transformação e reinvenção. A investigação da expressão da identidade do indivíduo no movimento, em um âmbito maior, provoca questionamentos sobre nossas percepções de mundo, nossas escolhas, sobre nossas ações e suas conseqüências, ou seja, sobre nosso papel em um mundo complexo, diverso, multicultural, híbrido, tecnológico e veloz.Os temas que permeiam o interesse da pesquisa são : identidade, percepção e expressão.
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