Nos cinemas do Pier e Espaço Itaú de Cinema (Casa Park)
Trecho da matéria: Celebração
da fugacidade por Mariana Moreira e Yale Gontijo
Correio Braziliense, 16/03/2012
O diretor de cinema alemão Wim Wenders contava os dias para iniciar as filmagens da cinebiografia de Pina Bausch quando recebeu a notícia devastadora. Ela morreu em 30 de junho de 2009, cinco dias depois de receber o diagnóstico de câncer no pulmão e dois dias antes das filmagens do documentário Pina, concebido em três dimensões. Wenders se sentiu jogado no vazio. O filme que revelaria a intimidade da criadora perdeu seu principal personagem. Em conjunto com os dançarinos da companhia, resolveu conceber um projeto de homenagem a uma das grandes criadoras artísticas do século 20.
Em estudo meticuloso de interação cinematográfica, constrastou o peso das câmeras de captação em 3D com a leveza dos movimentos do elenco do Tanztheater Wupppertal e os depoimento destes. Todas as peças encenadas no filme foram mantidas como na montagem original concebida por Bausch.
ELAS OPINAM / O que você achou do filme Pina?
“Ela era uma figura muito fechada, deu poucas entrevistas. Tudo que sabemos sobre Pina é por meio de depoimentos de quem trabalhou com ela. O filme ficou também dessa maneira por causa da morte dela. Mesmo assim, um dos pontos altos é a câmera dentro do palco, fazendo a perspectiva dos bailarinos. O espectador entra em cena. Ouvir a respiração dos dançarinos é fazer parte da companhia.”
Luciana Lara, pesquisadora, diretora e coreógrafa da companhia AntiStatusquo
“Pina herdou a genialidade de importantes nomes como Rudolf Laban e Kurt Joss. Continuou a corrente da dança expressionista alemã, transgredindo a forma de pesquisar e conceber obras coreográficas na dança-teatro. O cinema vai onde os artistas cênicos nem sempre conseguem. O contato do público com a obra de uma artista que desperta tantas sensações pode ser valioso e transformador.”
Lenora Lobo, pesquisadora e fundadora da Alaya Cia de Dança
“Sinceramente, eu esperava mais. Acho o filme lindo, a fotografia é maravilhosa e as cenas são lindas. Porém, queria ver mais a Pina como pessoa. Os bailarinos demonstram curiosidade em ter convivido com alguém que tem um grande mistério e um temperamento enigmático. Ela tem um enigma por trás dela. Mesmo assim, quem não é iniciado conseguirá captar o quanto são instigantes e provocativos os trabalhos que Pina fazia.”
Giselle Rodrigues, coreógrafa e diretora do baSiraH
Para ver a matéria na íntegra acesse: http://www2.correiobraziliense.com.br/euestudante/noticias.php?id=27761&tp=30
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