22/06/2011

Compartilhando trechos de leituras e reflexões

O dicotomismo  mente e corpo é tão combatido e  vira e mexe nos expressamos  influênciados  por este modelo, forma de entender, pensar ou expressar sobre o mundo. Porque será que isso ainda acontece?


Encontrei no texto "Towards an antropology of the body" de John Blacking (1977)  muitas reflexões iluminadoras entre elas uma interessante maneira de pensar que o dicotomismo mente e corpo pode ser visto como uma extensão do corpo, expressando simbolicamente as funções separadas do lado esquerdo e direito do cérebro(tradução minha). Sendo o esquerdo predominantemente envolvido com um pensar analítico, como a linguagem e a lógica, processando informação sequencialmente. O lado direito, em contraste, parece ser responsável pela  orientação espacial, talentos artísticos, consciência corporal e por exemplo, reconhecimento de rostos, processando assim informações mais difusas que o lado esquerdo, integrando o material de forma simultânea, em vez de linearmente.

Se isso for realmente o que acontece, todo conhecimento sobre uma mesma coisa é muito bem vindo e complementar, ajudando assim a sentirmos/pensarmos o mundo na sua real complexidade, de várias formas e sob vários prismas. 
No trabalho da Companhia conversar e  "teorizar" nosso dançar é parte importante de todo processo, desde o treinamento, durante o processo criativo e nos ensaios. Fazemos por necessidade de conscientização, como trabalho de refinamento das abordagens do movimento e de aprofundamento e tomada de consciência do que nos atravessa culturalmente, psicologicamente, socialmente,etc. Nossa aproximação com as teorias é extremamente prazeiroza, inspirdora e dialógica. É muito bom encontrar no texto de John Blacking o que de alguma forma sinto no corpo quando danço, essa nossa forma de trabalhar vem  alimentando  muito nossas percepções e maneira de mover!

"The mind/body dichotomy itself can therefore be seen as an extension of the body, expressing symbolically the separate functions of the left and right hemispheres of the brain. Because much social life is dominated by language and linear thinking, the arts are necessary not merely at an ideological level as mediators between mental and manual labour: they have a biological function in activating both hemispheres of the brain and so contributing to a more complete human consciousness."


BLACKING, John. Towards an Anthropology of The Body. In:__________. Anthropology of the Body. London, Academic Press, 1977.

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