Para comemorar o aniversário de 7 anos, o grupo de Brasília Teatro do Concreto está fazendo essa Mostra! Vale a pena conferir!
28/06/2011
22/06/2011
Compartilhando trechos de leituras e reflexões
O dicotomismo mente e corpo é tão combatido e vira e mexe nos expressamos influênciados por este modelo, forma de entender, pensar ou expressar sobre o mundo. Porque será que isso ainda acontece?
"The mind/body dichotomy itself can therefore be seen as an extension of the body, expressing symbolically the separate functions of the left and right hemispheres of the brain. Because much social life is dominated by language and linear thinking, the arts are necessary not merely at an ideological level as mediators between mental and manual labour: they have a biological function in activating both hemispheres of the brain and so contributing to a more complete human consciousness."
BLACKING, John. Towards an Anthropology of The Body. In:__________. Anthropology of the Body. London, Academic Press, 1977.
Encontrei no texto "Towards an antropology of the body" de John Blacking (1977) muitas reflexões iluminadoras entre elas uma interessante maneira de pensar que o dicotomismo mente e corpo pode ser visto como uma extensão do corpo, expressando simbolicamente as funções separadas do lado esquerdo e direito do cérebro(tradução minha). Sendo o esquerdo predominantemente envolvido com um pensar analítico, como a linguagem e a lógica, processando informação sequencialmente. O lado direito, em contraste, parece ser responsável pela orientação espacial, talentos artísticos, consciência corporal e por exemplo, reconhecimento de rostos, processando assim informações mais difusas que o lado esquerdo, integrando o material de forma simultânea, em vez de linearmente.
Se isso for realmente o que acontece, todo conhecimento sobre uma mesma coisa é muito bem vindo e complementar, ajudando assim a sentirmos/pensarmos o mundo na sua real complexidade, de várias formas e sob vários prismas.
Se isso for realmente o que acontece, todo conhecimento sobre uma mesma coisa é muito bem vindo e complementar, ajudando assim a sentirmos/pensarmos o mundo na sua real complexidade, de várias formas e sob vários prismas.
No trabalho da Companhia conversar e "teorizar" nosso dançar é parte importante de todo processo, desde o treinamento, durante o processo criativo e nos ensaios. Fazemos por necessidade de conscientização, como trabalho de refinamento das abordagens do movimento e de aprofundamento e tomada de consciência do que nos atravessa culturalmente, psicologicamente, socialmente,etc. Nossa aproximação com as teorias é extremamente prazeiroza, inspirdora e dialógica. É muito bom encontrar no texto de John Blacking o que de alguma forma sinto no corpo quando danço, essa nossa forma de trabalhar vem alimentando muito nossas percepções e maneira de mover!
BLACKING, John. Towards an Anthropology of The Body. In:__________. Anthropology of the Body. London, Academic Press, 1977.
07/06/2011
Fotos da Intervenção Coletiva Subterrânea
O Núcleo de Formação da ASQ fez uma intervenção urbana na semana passada.
Aqui, um pouco do que aconteceu pelas lentes de Guilherme Tavares.
Para ver mais fotos acesse o blog do nucleo: http://www.hojetemdanca.blogspot.com/
01/06/2011
Jogo de espelho
O que me move neste momento é o quanto que todos os textos que estou lendo reverberam em mim. Sim, não o quê, mas quanto. As verdades que encontro neles só são possíveis de serem encontradas porque já estavam em mim? Pura trama e armadilha da cognição e da linguagem que me faz pensar assim ou seria pretensão? Talvez só constatação. Faço exercício diário de tentar acreditar em mim. Minto–me.
As palavras elucidam, acalmam e muitas vezes me aceleram também porque desabafa o que o corpo vive e ao mesmo tempo não são o bastante. Nunca. A velocidade vem daí, da angustia da busca. Ler expurga coisas que não consigo escrever. Falar é uma maneira de pensar e escrever me possibilita meios de organizar e de me referir aquilo que sei no ato, no movimento, na sensação, definitivamente no corpo. Dançar é mais fácil. Meu corpo, já sabe. Es nem tudo que sei vira palavra. E ás vezes vira palavra errada.
E talvez não seja possível expressar com palavras porque a mente trabalha focando, sintetizando e o corpo é vida sem controle expressa sentindo e aprende ensinando. Olha aí de novo a separação corpo e mente, e eu que sempre digo que mente é corpo? E juro que isso vem da experiência e não do que sei! Será? Tá vendo? Culpa da palavra, não minha. Culpa? Não! Responsabilidade é uma palavra melhor, mais leve pelo menos 2011 anos... Incorporamos esse discurso que formata um entendimento que não condiz com aquilo que sentimos, e mesmo assim o reproduzo, contaminando outros corpos. Que força é essa? Sai de mim! Complicado. É melhor parar de escrever...
Mas antes e para não concluir: Se tudo que sei vem do meu corpo e o que aprendi vem de outro corpo que também passou pelo mesmo processo, então expresso o que já se sabe? Sou uma repetição de tudo que me chega? Que contribuição é a minha? E quem sou, então, se sou meu corpo? Sou todos e tudo? Sou o que sei ou o que vivo? Ou os dois? O conhecimento não é aquele advindo e construído da experiência do corpo que vive? Se incorporo esse conhecimento ele não estaria também formatando a minha experiência?
Aplicando essa reflexão à prática , quando executo um movimento, o interessante seria que por mais que eu já o saiba de tanto que o treinei, no momento que o faço, o faço sentindo-o em cada instante, me perguntando enquanto o sinto se ele é assim mesmo. Assim permito–o ser, mesmo não sendo aquele que idealizei. Assim vivo o movimento. A vida não é assim? Ou você já sabe o que está vivendo?
As palavras elucidam, acalmam e muitas vezes me aceleram também porque desabafa o que o corpo vive e ao mesmo tempo não são o bastante. Nunca. A velocidade vem daí, da angustia da busca. Ler expurga coisas que não consigo escrever. Falar é uma maneira de pensar e escrever me possibilita meios de organizar e de me referir aquilo que sei no ato, no movimento, na sensação, definitivamente no corpo. Dançar é mais fácil. Meu corpo, já sabe. Es nem tudo que sei vira palavra. E ás vezes vira palavra errada.
E talvez não seja possível expressar com palavras porque a mente trabalha focando, sintetizando e o corpo é vida sem controle expressa sentindo e aprende ensinando. Olha aí de novo a separação corpo e mente, e eu que sempre digo que mente é corpo? E juro que isso vem da experiência e não do que sei! Será? Tá vendo? Culpa da palavra, não minha. Culpa? Não! Responsabilidade é uma palavra melhor, mais leve pelo menos 2011 anos... Incorporamos esse discurso que formata um entendimento que não condiz com aquilo que sentimos, e mesmo assim o reproduzo, contaminando outros corpos. Que força é essa? Sai de mim! Complicado. É melhor parar de escrever...
Mas antes e para não concluir: Se tudo que sei vem do meu corpo e o que aprendi vem de outro corpo que também passou pelo mesmo processo, então expresso o que já se sabe? Sou uma repetição de tudo que me chega? Que contribuição é a minha? E quem sou, então, se sou meu corpo? Sou todos e tudo? Sou o que sei ou o que vivo? Ou os dois? O conhecimento não é aquele advindo e construído da experiência do corpo que vive? Se incorporo esse conhecimento ele não estaria também formatando a minha experiência?
Aplicando essa reflexão à prática , quando executo um movimento, o interessante seria que por mais que eu já o saiba de tanto que o treinei, no momento que o faço, o faço sentindo-o em cada instante, me perguntando enquanto o sinto se ele é assim mesmo. Assim permito–o ser, mesmo não sendo aquele que idealizei. Assim vivo o movimento. A vida não é assim? Ou você já sabe o que está vivendo?
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